quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Não falo de vinganças nem de perdões; o esquecimento é a única vingança e o único perdão.
Dá o santo aos cães, atira tuas pérolas aos porcos; o que importa é dar.
Nada se edifica sobre a pedra, tudo sobre a areia, mas nosso dever é edificar como se fosse pedra a areia...

(Autor: Jorge Luis Borges em "Fragmentos de um Evangelho Apócrifo", Tradução de Carlos Nejar e Alfredo Jacques).


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.


Autor: Eduardo Galeano (colaboração: Leonardo Mac Dowell).


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"Já te disse que não sou poeta.
Por que me pede que ti faça uma poesia?
Por que insiste em inspirar-me?
Teus olhos negros e brilhantes iluminam meus dias e acendem a centelha do amar.
Guiam-me para os teus delicados e longos braços como a bússola para o norte.
Alguém já disse que eles são “a porta da alma”.
Os teus, no entanto, são, também, o interior a que leva essa porta.
Quem neles adentra jamais sairá, é um abismo de prazer e devoção.
Teus lábios, além de serem como o “sabre ensanguentado”,
dilaceram por sua doçura e maciez, além de saciarem a sede,
já que são fonte permanente de água cristalina e abundante.
Teu hálito exala o mais suave e inebriante dos perfumes,
mistura de leite, néctar, âmbar e outras essências reunidas numa só,
que me embriaga e faz cativo da exalação desse ópio.
Teu corpo, enfim, é como o abrigo do navegante que foge da tempestade,
seguro, acolhedor, protetor, inesquecível e de onde somente afasta por necessidade,
nunca por prazer. Prazer é ficar.
Por que queres que te faça uma poesia?
Você não precisa de poeta: és métrica e rima.
Em ti a poesia se concretizou."
Manaus-AM, 04.03.00.

(Recebido por e-mail. Desconheço a autoria.)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário, os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estrelar. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.”

Trechos de “Crônicas de amor” – Arnaldo Jabor

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova

Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora

Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
E eu peço somente
O que eu puder dar

Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta

Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo

Porque eu sei que é amor...

(Composição: Sérgio Britto e Paulo Miklos)