sábado, 31 de outubro de 2009

A diferença de idade no relacionamento

Apesar da novela “Viver a Vida” apresentar como tema central o romance de um homem com uma mulher mais jovem, a diferença de idade nos relacionamentos ainda não é bem vista e aceita pela sociedade. Talvez pelo tema ainda ser polêmico é que ele ganhou destaque no horário nobre da televisão.

Quando nascemos a sociedade de um modo geral já tem planos e expectativas com relação ao nosso futuro, e conforme vamos crescendo somos automaticamente “guiados” pelo caminho que nos foi traçado. O único problema disso é que raramente nos perguntam o que queremos da vida, e esperamos para o futuro. É por esse motivo que quando nos relacionamentos com alguém que “foge do padrão” que nos foi determinado somos duramente repreendidos e discriminados.

Preconceitos maiores sofrem as mulheres que se relacionam com homens mais jovens. Além delas terem que lidar com os problemas comuns a qualquer relacionamento, têm que superar o preconceito dos amigos e até da própria família. Para muitas não é fácil enfrentar todos e assumir o relacionamento. Há casos em que ter que superar preconceitos une ainda mais o casal.

O comentário mais comum que se ouve a respeito da diferença de idade no relacionamento é o clássico: “Esse relacionamento é puro interesse.” Mas eu concordo com essa frase. É puro interesse sim. Interesse no amor, carinho, compreensão e afeto que o outro pode lhe proporcionar.

Interesse não é somente financeiro. Todo relacionamento, seja entre pessoas do mesmo sexo, de sexo diferente, jovens, idosas, brasileiras ou estrangeiras é baseado no interesse. Só nos “interessamos” por alguém que tem algo a nos oferecer, e esse “algo” pode ser amor, dinheiro, segurança, companheirismo, respeito, compreensão e etc. Então todo relacionamento é uma troca de interesses, já que a outra pessoa também tem interesse em você.

Com relação ao interesse financeiro o preconceito faz com que as pessoas acreditem que ele está presente somente quando há uma grande diferença de idade no relacionamento. Essa crença é errônea porque há muitas mulheres de 40 interessadas somente no dinheiro de homens de 40, homens de 25 interessados no status e na boa vida de mulheres e 25 e etc.

Outro mito a ser superado nessas relações é o de depois de certa idade as pessoas não são mais capazes de despertar a paixão nos outros e nem de iniciar um novo relacionamento.

Culturalmente por volta dos 18/20 somos “forçados” a começar a busca pelo parceiro (a) ideal, no mais tardar até os 30 anos deve ocorrer o casamento e depois dos 35 morremos como homem e mulher para viver como pai e mãe em período integral. Os casamentos devem ser preservados mesmo que um não mais suporte o outro. É por esse motivo que todos apontam o dedo para aqueles que escolhem ser felizes independentemente da idade e da fase de vida em que deveriam estar.

Na vida o importante é ser feliz e se sentir bem, sem se importar com o que vão falar, ou pensar de você. Procure agradar em primeiro lugar a si mesmo, porque se você se importar somente com os outro terá vivido outra vida e não a sua.

Por Milena Lhano
http://www.milenalhano.com.br/artigos/a-diferenca-de-idade-no-relacionamento/

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Quando o amor acaba

Vivemos constantemente em busca de alguém que nos ame, nos escute e nos faça sentirmos importantes, independentemente da beleza física. Muitas vezes essa procura é longa, mas um dia finalmente você encontra AQUELA pessoa, alguém que faça você se sentir no topo do mundo.
É parte natural do processo de desenvolvimento humano ir mudando de opinião, interesse e ritmo no decorrer da vida, e para que um relacionamento permaneça inabalável, é ideal que as duas pessoas mudem junto. Com o passar do tempo e da convivência percebemos que já não caminhamos mais lado a lado, e sim estamos indo em direção oposta um ao outro.
Chega então o dia em que o homem ou a mulher (quando não os dois) sente apenas um carinho pela outra pessoa, e não mais aquele fogo, aquela paixão arrebatadora. Fica o carinho e o respeito. A partir desse momento, essa pessoa começa a sentir o irreversível desejo de se apaixonar novamente. De sentir um frio na barriga, de suar frio, de tremer quando se aproxima da pessoa desejada.
“Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.” (Martha Medeiros)
Aí então somos atingidos por uma tempestade de pensamentos negativos e todos os nossos traumas, inseguranças e sentimentos de solidão e de abandono que há tempos estavam esquecidos voltam a nos assombrar como fantasmas, fazendo o passado voltar a ser presente.
Quando agimos com humildade, e percebemos que aquela pessoa já não cabe mais na nossa vida (ou nós na dela), começamos a pensar que já estamos velhos demais para iniciar uma nova busca, que já não somos mais tão atraentes, que vai ser difícil alguém me aceitar como sou, e acabamos ficando estagnados, com medo de não encontrarmos outra pessoa e passarmos a vida inteira sozinhos, na mais completa solidão. Mas não é pior o sentimento de estar sozinho tendo alguém do seu lado?
Todos nós na vida temos o direito à felicidade de estar com uma pessoa que nos completa e nos faz sentir importante. Se um amor chegou ao fim, cabe aos dois seguirem suas vidas, cada um para o seu lado, e começarem a jornada em busca da felicidade. Nunca é tarde para encontrar o amor, a vida dos dá todas as oportunidades de seguir em frente, de cabeça erguida em busca daquilo que queremos.
Claro que nem sempre é fácil uma separação, mas se a angústia e o sofrimento deram lugar ao amor, porque continuar? Mesmo que seja muito complicado o processo de separação, talvez este seja o passo principal para que ambos possam começar a ter aquela velha alegria de volta.
Fomos feitos para amar e ser feliz e para isso que devemos viver, buscando o melhor para a nossa vida, sempre. Lembrando que sempre é hora de ser feliz, nunca, mas nunca é tarde demais. Temos sempre um novo dia pela frente, e devemos vivê-lo da melhor maneira possível.
“QUERO, UM DIA, DIZER ÀS PESSOAS QUE NADA FOI EM VÃO… QUE O AMOR EXISTE, QUE VALE A PENA SE DOAR ÀS AMIZADES E ÀS PESSOAS, QUE A VIDA É BELA SIM E QUE EU SEMPRE DEI O MELHOR DE MIM… E QUE VALEU A PENA” (Mario Quintana)
“TÃO BOM QUANTO MORRER DE AMOR, É CONTINAR VIVENDO.” (Mario Quintana)

(Por Milena Lhano)
Fonte: http://www.milenalhano.com.br/artigos/quando-o-amor-acaba/

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quando os chatos somos nós

"O chato nada mais é que um exagerado.
Ele ama demais, é infantil demais, leva muito tempo para contar algo que aconteceu, fica hooooras no telefone, se leva a sério além do razoável"

Você conhece um chato. Ou dois. Ou meia dúzia. E até gosta deles, viraram figuras folclóricas na sua vida. Talvez seja um cunhado, um amigo de um amigo, um colega de trabalho. Os chatos são bem-intencionados, não se pode negar. E é justamente essa boa intenção fora da medida que faz deles... chatos. O chato nada mais é que um exagerado. Ele ama demais, ele é infantil demais, ele leva muito tempo para contar algo que lhe aconteceu, ele fica hooooras no telefone, ele se leva a sério além do razoável, ele ocupa o tempo dos outros com histórias que não são interessantes. O chato é, basicamente, um cara (ou uma mulher) sem timing.
Estava pensando nisso quando escutei alguém citando uma das coisas mais chatas que existem. Tive que concordar: colocar um filho pequeno no telefone pra falar com a dinda, com a vovó, com o titio, é muito chato. A gente ama aquela criança — talvez seja até o nosso filho! — mas ao telefone, esquece. Tentamos entabular um diálogo minimamente inteligível e nada rola. Ou ele não fala nada que se compreenda, ou não abre o bico, e só nos resta ficar idiotizados do outro lado da linha.

Todo mundo sabe que isso é chato. Mas todo mundo que já teve um filho comete essa mesma chatice com os outros. Por quê? Porque pai e mãe de primeira viagem são chatos por natureza. Ninguém escapa. Se não for chato, será considerado um sem-coração. Todos irão apontar: olha lá, aquele ali esconde o filho. Põe ele no telefone! Outra chatice é mostrar 3.487 fotos do bebê.

Dá nos nervos quando o filho não é nosso.
Todos os bebês são iguais, menos para seus pais. Seja bem sincero: dá pra aguentar ver foto de bebê pelo celular? Basta perguntar educadamente pra alguém: e seu filhinho, vai bem? Pronto. Num segundo o celular ou iPhone será sacado e apontado direto para seus olhos: veja você mesmo.
A gente sabe que é chato, mas toleramos com sorrisos parcialmente sinceros porque faremos a mesma coisa quando chegar a nossa vez — ou já fizemos um dia. Se você passou dessa fase, segure a onda e compreenda os que ainda não passaram. Nada de reclamar. Aqui se faz, aqui se paga.
Outras chatices? Quando alguém pergunta: lembra de mim? Se está perguntando, é porque a chance é remota. Mas já não fizemos isso diante de alguém que gostaríamos muuuuito que lembrasse? E quando a gente começa uma frase com “adivinha”. Adivinha pra onde eu vou nas próximas férias. Adivinha quem me convidou pra jantar. Adivinha com quem eu sonhei hoje.
Falando em sonho, tem coisa mais chata do que ouvir o sonho dos outros? Mas você já contou os seus. Váááárias vezes.
E esticar as letras das palavras quando se está escrevendo? Agora adivinha qual o próximo exemplo que vou dar. (Rsrs.) Precisamos mesmo colocar risadas entre parênteses para que os outros entendam nossas piadinhas cretinas? Alguns menos, outros mais, chatos somos todos.

(por Martha Medeiros; Revista O Globo, 25/10/2009, pág. 34)

sábado, 24 de outubro de 2009

Mais uma vez...




Mais uma vez eu vou te deixar
Mas eu volto logo pra te ver
Vou com saudades no meu coração

Mando notícias de algum lugar...

Eu sei, que muitas vezes te fiz esperar demais
Mas mesmo na distância o meu pensamento voa longe demais
Fico imaginando você sofrendo na solidão

Uoouuuu

Quando eu vou deitar penso em você em seu quarto dormindo

Ahhhh

Longe de você meu bem, longe da alegria
Longe de você meu bem, longe do nosso lar .... (2x)

Mais uma vez eu vou te deixar
Mas eu volto logo pra te ver
To com saudades no meu coração

Mando notícias de algum lugar...

domingo, 11 de outubro de 2009

Sua majestade, a criança

"Hoje, os adultos é que recebem ordens e reprimendas, e não demora serão colocados de castigo"

Tem se falado muito na falta de limites das crianças de hoje. A garotada manda e desmanda nos pais e estes, sentindo-se culpados pelo pouco tempo que ficam em casa, aceitam a troca de hierarquia — hoje, os adultos é que recebem ordens e reprimendas, e não demora serão colocados de castigo.
Segundo os pedagogos, precisamos voltar a dizer não para a pirralhada. É a ausência do não que faz com que meninas saiam de madrugada sem avisar para onde estão indo, garotos peguem o carro do pai sem ter habilitação e todos sejam estimulados a consumir descontroladamente, a não dar explicações e a viver sem custódia. Mas onde encontrar energia para discutir com filho? Pai e mãe se jogam no sofá e pensam: “Façam o que bem entenderem, desde que nos deixem quietos vendo a novela.” Alguns adultos defendem-se dizendo que é impossível dar limites, vigiar e orientar, tendo que sair de manhã para o batente e voltar à noite demolidos pelo cansaço. Compreendo, é complicado mesmo. Se existem uma liberalidade e uma agressividade maiores hoje entre as crianças, é claro que o fato de as mulheres terem entrado no mercado de trabalho e deixado em aberto o posto de rainhas do lar tem algo a ver com isso. Mas nem me passa pela cabeça estimular um meia-volta, volver. A sociedade avançou com a participação das mulheres e esse é um caminho sem retorno. O que compromete o destino de uma criança é não ter sido amada. E muitas não foram, mesmo com os pais por perto.
A falta de amor é a origem de grande parte das neuroses, psicoses e desvios de conduta. Uma criança que não se sentiu amada pode cometer erros de avaliação sobre si própria e cometer desvarios para alcançar uma autoestima que está sempre fora de alcance.
Não adianta o pai e a mãe passarem a mão na cabeça do filhote de vez em quando e repetir um “eu te amo” automático. A criança precisa se sentir amada de verdade, e as demonstrações não se dão apenas com beijos e abraços, e tampouco com proibições sem justa causa. O “não deixo, não pode” tem que ser argumentado. “Não deixo e não pode porque...” Tem que gastar o latim. Explicar. E prestar atenção no filho, controlar seus hábitos, perceber seus silêncios, demonstrar interesse pelo o que ele faz, pelo o que ele pensa, quem são seus amigos, quais suas aptidões, do que ele se ressente, o que está calando, por que está chorando, se sua rebeldia é uma maneira de pedir socorro, se está precisando conversar, se o que tem sentido é demasiado pesado pra ele, se precisa repartir suas dores, se está sendo bem acolhido pela escola, se não estão exigindo dele mais do que ele pode dar, se não foram transferidas responsabilidades para ele que são incompatíveis com sua idade, se há como entender e aceitar seus desejos, se ele está arriscando a própria vida e precisa de freio, se estamos deixando ele sonhar alto demais, se estamos induzindo que ele sonhe de menos, se ele está recebendo os estímulos certos ou desenvolvendo preconceitos generalizados. Dá uma trabalheira, mas isso é amar.
Algumas crianças são criadas por empregadas, ou seja, são terceirizadas e depois o psiquiatra que junte os cacos. Com amor, ao contrário, toda criança sente-se ilustríssima, majestade, vossa excelência, sem fazer mau uso do cargo. Será confiante e segura como um rei, não se violentará para agradar os outros (usando drogas ou imitando o que os outros fazem para ser aceita num grupo). Será o que é, afinada com o próprio eixo.
E se transformará num adulto bem resolvido, porque a lembrança da infância terá deixado nela a dimensão da importância que ela tem.

Por Martha Medeiros, Revista O Globo, 11/out/2009, Página 18

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sutilmente

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce

Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti (x2)

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce

Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti (x4)


Skank
Composição: Samuel Rosa / Nando Reis

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Porque eu sei que é amor

Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova

Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora

Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
E eu peço somente
O que eu puder dar

Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta

Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo

Porque eu sei que é amor


Titãs
Composição: Sérgio Britto e Paulo Miklos